Jorge Lanata é o desafeto nº1 de Kretina Kirchner entre os jornalistas. Dono do programa PPT - Periodismo para Todos - uma provocação aos programas populistas da presidente que vive prometendo futebol, alimentação, moradia, lazer... "para todos" -, no ar desde 2012, sempre aos domingos, faz devassas no governo e revela suas falcatruas e incompetências. Seria o nosso Fantástico, só que o nosso nada de fantástico tem. Sempre alivia o governo petista.
O programa é transmitido pelo canal de televisão aberta El Trece, do grupo Clárin. Atingindo 5 milhões de argentinos todos os domingos, com uma média de 20 pontos de audiência, o programa é um sucesso e um retumbante som indesejável para os kirchneristas. A louca, Kretina Kirchner, incomodada com as críticas e tarada por poder, tratou de usar o futebol para bloquear Lanata e o grupo Clarín, outro inimigo. Para entendermos isso, vamos voltar no tempo.
Primeiramente, aprendi com o economista Hayek que a liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame. É o tal caminho da servidão. Pois bem, antes de 2009, quem comandava as transmissões na Argentina era o principal grupo de comunicação do país, o Clarín, que estava em rota de colisão com a presidente Kretina, devido as enxurradas de críticas que o grupo despejava sobre o governo. Querendo destroná-lo, Kretina Kirchner começou uma guerra contra ele.
Sabendo que os clubes argentinos estavam quebrados, a AFA- Associação de Futebol Argentina, em 2009, bateu na porta do Clarín pedindo mais dinheiro para os clubes. Responderam que só pagariam o que já havia sido acordado, ou seja, os 268 milhões de pesos. A Kretina não perdeu a oportunidade e bateu na porta da AFA dizendo ao presidente da época, Julio Grandona, que se o Clarín não estava disposto a pagar mais, o governo argentino sim. Grandona engordou os olhos e aceitou o contrato de 600 milhões de pesos, o que na época dava algo em torno 290 milhões de reais. Quando soube que o governo estava na jogada, o Clarín recuou e aceitou renegociar com a AFA. Tarde demais, pois o ex-marido e ex-presidente Nestor Kirchner,falecido em 2010, já tinha alinhavado a venda das transmissões com o chefete Grandona. Agora os jogos seriam transmitidos pela TV Estatal. Obs: se você não gosta do Galvão, é porque você não viu ainda os narradores militantes da TV estatal argentina.
E foi assim, com a pecha de que o esporte é um bem cultural e social, estatizaram o futebol comprando as transmissões dos campeonatos da 1ª e 2ª divisão, para passar em canal da TV Pública e ainda por cima dar uma porrada no inimigo Clarín. O nome que a Kretina deu para o feito foi "FPT-Futebol para Todos". Tenha paciência, não? E foi com o controle do futebol que o governo conseguiu trocar o horário das partidas para coincidir com o do "PPT - Periodismo para Todos", de Lanata, imaginando que o programa perderia forte audiência. Só que não, os argentinos, mesmo amando o futebol, não trocaram a bola pela política, pelo PPT, e continuaram fiéis ao programa em detrimento da peleja. Para termos uma noção, ano retrasado, das 20 vezes que o futebol competiu em ibope com o programa, o PPT deu goleada, venceu em 15.
A motivo de curiosidade, quando a Kretina estatizou o futebol em 2009, logo depois veio uma determinação para que, durantes os jogos, só houvesse publicidade institucional do governo. O resultado foi temerário. Segundo a consultora Havas Media, já no primeiro ano do "FPT -Futebol Para Todos", a falta de propaganda privada causou um déficit de aproximadamente 84 milhões de pesos. É nada mais nada menos do que o dom do "Toque de Mierdas" dos governos. Além disso, durante os intervalos dos jogos, Kretina aparecia nas transmissões para discursar e criticar políticos opositores, fato que irritava muito os telespectadores e a oposição, virando posteriormente motivo de zombaria nas redes sociais.
Com o fracasso financeiro do FPT, Kretina Kirchner, apesar de ainda manter o controle absoluto do futebol em suas mãos, ano passado, voltou a permitir publicidade privada durantes as partidas. Mas se você acha que isso foi um recuo para que as coisas voltem ao normal, nem pensar, o populismo kirchnerista parece não ter limites. Veja, em 2014, a Kretina Kirchner comprou todos os direitos de todas as partidas da Copa do Mundo para passar na TV Pública. Os valores da transação não foram revelados. Mas revelados foram os valores repassados ao futebol profissional via FPT, em 2014. Se em 2009 o valor era de 290 milhões de reais, agora já são R$540 milhões. Só que esses R$540 milhões e mais o perdão das cotas já adiantadas, exigem uma contrapartida.
Como Julio Grandona, a lenda da AFA, falecido há meses, está fora de combate, Kretina usa suas armas para não perder influência sobre a associação de futebol. Por isso, preocupada com a ascensão de novos dirigentes esportivos como por exemplo: Marcelo Tinelli, vice-presidente do San Lorenzo e Juan Sebastián Verón, atual presidente do Estudiantes, o filho da presidente Cristina Kirchner, o Máximo Kirchner, e talvez futuro candidato à presidência, trabalha nos bastidores para barrar que os novos dirigentes ganhem influência na AFA, com especial atenção para Marcelo Tinelli. Ele, além conduzir um programa no grupo Clarín, deseja ocupar a presidência da AFA, cargo que estará em disputa ano que vem. Insatisfeito com os rumos do futebol no país, Tinelli tem uma nova agenda de propostas, porém incompatíveis com os propósitos do governo para o esporte.
Sabendo disso, nos bastidores, Máximo Kirchner faz a exigência para que se mantenha a regra atual, na qual exige que para um dirigente esportivo se candidatar à presidência da AFA, deve ter no mínimo 4 anos de experiência na área. Caso a regra se mantenha, Tinelli estaria impossibilitado de concorrer ao cargo, pois ano que vem apenas completaria 3 anos no ofício.
Contudo, é por essas e outras que a Kretina Kirchner quer estrangular o grupo Clarín o quanto antes, pois sem eles, mais fácil ainda será para se perpetuar no poder. Como a redemocratização da mídia=censura está bem avançada na Argentina, o Clarín está por um fio, com o governo ameaçando a vender o seu patrimônio unilateralmente, para se adequar à nova regulamentação, que, como sabemos, só visa dar mais poder à Kretina, isto é, garantir o monopólio total sobre os meios de comunicação. Para entender bem o caso Clarín e a redemocratização da mídia na Argentina, leia o meu outro artigo aqui: http://otormentoo.blogspot.com.br/2014/10/censura-rede-globo-com-mais-4-anos-de.html
Agora, depois de tudo isso, vale fazer um paralelo com o Brasil. Veja, se já não bastasse a intervenção econômica via bancos públicos no futebol brasileiro, recentemente o PT acenou com a possibilidade de intervir no futebol nacional nos moldes do futebol argentino. Só de pensar, isso me dá calafrios. Ainda mais sabendo que quem controla o ministério do Esporte é o comuna do Aldo Rebello.
Para finalizar, sugiro que os leitores acessem os links abaixo e conheçam o programa "PPT - Periodismo para Todos", do Lanata. O último programa está imperdível, com Lanata demonstrando a crise energética que assola o país. Há desabastecimento de gás, falta de luz constantemente e por aí vai. É insólito, uma tristeza para um país que já foi uma potência e vitrine no início do séc.XX. É bom nós brasileiros ficarmos atentos e preparados, pois ambos os países são adeptos do bolivarianismo, no entanto, aqui no Brasil, ainda estamos na UTI, a Argentina não, tecnicamente já venezualizou geral. Segue os links:
http://
http://
http://tn.com.ar/politica/
http://
Nenhum comentário:
Postar um comentário